Você deve considerar a cirurgia para Parkinson – Estimulação Cerebral Profunda (DBS)- quando os sintomas motores, como tremores, rigidez e bradicinesia, não respondem adequadamente às medicações e afetam significativamente sua qualidade de vida.
A DBS é um procedimento neurocirúrgico minimamente invasivo, aprovado pelo FDA desde 2002, que utiliza eletrodos implantados no cérebro para modular sinais elétricos e aliviar esses sintomas.
Milhares de pacientes já relataram melhorias expressivas, recuperando maior controle motor e autonomia no dia a dia. Mas você sabe se é um bom candidato para a cirurgia? Confira abaixo um guia passo a passo para saber quando considerar a DBS.
1. Entenda o Procedimento
Antes de tudo, informe-se:
- Pesquise artigos científicos confiáveis e materiais de associações de Parkinson.
- Converse com seu neurologista sobre objetivos e riscos.
- Procure depoimentos de quem já passou pela cirurgia para Parkinson: grupos de apoio, fóruns especializados e associações de pacientes.

2. Avaliação Multidisciplinar
Neurologista Especializado em Movimentos Anormais ou Neurocirurgião Funcional
Uma equipe com experiência em DBS deve avaliar:
- Duração do Parkinson (idealmente ≥ 5 anos).
- Intensidade dos sintomas motores: rigidez, bradicinesia, tremores e / ou discinesias.
- Padrão de resposta à levodopa
Neuropsicólogo
Testes cognitivos mapeiam:
- Funções da memória e da atenção.
- Risco de alterações comportamentais.
- Essa etapa ajuda a prever impactos não-motores.
Neurocirurgião Funcional
O neurocirurgião desempenha papel central ao:
- Definir o alvo cirúrgico: seleciona com precisão as áreas cerebrais a serem estimuladas (por exemplo, núcleo subtalâmico ou globo pálido interno).
- Planejar a abordagem operatória: analisa imagens (RM e TC) para traçar trajetórias seguras dos eletrodos, minimizando riscos de hemorragia ou infecção.
- Orientar sobre riscos e benefícios: explica potenciais complicações (infecção, deslocamento de eletrodos) e os resultados esperados.
- Realizar o implante: conduz a cirurgia estereotáxica, implantando os eletrodos e garantindo posicionamento adequado dos eletrodos.
- Coordenar o seguimento pós-operatório: ajusta parâmetros da estimulação cerebral (isso também pode ser feito por um neurologista), garantindo melhor resposta clínica.
Essa avaliação integrando Neurologista, Neuropsicólogo e Neurocirurgião Funcional assegura uma decisão bem fundamentada, maximiza a segurança e otimiza os resultados da DBS.
3. Critérios que definem se você é um bom candidato à cirurgia para Parkinson
Você pode ser um bom candidato se:
- Diagnóstico clássico de Parkinson há pelo menos 5 anos.
- Tremores e movimentos involuntários que não controlam bem com ajustes das medicações.
- Resposta positiva à levodopa, mantendo boa mobilidade nos períodos em que a medicação está ativa no organismo.
- Saúde geral estável e sem demência grave.
- Rede de apoio familiar, fundamental no pós-operatório.
Fatores que contra-indicam a DBS:
- Parkinson atípico ou sem resposta sustentada à levodopa.
- Demência moderada a grave, apatia profunda ou depressão não controlada.
- Ausência de suporte social.
4. Preparação para a Cirurgia
- Escolha do dispositivo: existem três sistemas de DBS no mercado; avalie prós e contras de cada um.
- Seleção do cirurgião: verifique experiência e número de procedimentos realizados.
- Planejamento pré-operatório:
- Exames de imagem (RM e TC).
- Ajuste de medicações.
- Orientações sobre jejum e cuidados.
- Apoio de um acompanhante: leve um familiar para todas as consultas e esteja preparado para orientá-lo sobre o funcionamento do sistema DBS.

Pós-operatório e Resultados Esperados
- Programação dos eletrodos: começa 30 dias após a cirurgia, em consultório.
- Ajuste fino da estimulação: sessões periódicas para calibrar intensidade e amplitude.
- Redução gradual dos sintomas motores:
- Tremores podem diminuir em até 80%.
- Rigidez e lentidão melhoram significativamente.
- Controle das discinesias: menor dependência de altos níveis de levodopa.
Expectativas Realistas
- DBS não é cura nem interrompe a progressão do Parkinson.
- Melhora da qualidade de vida: diminuição de sintomas que limitam atividades da vida diária.
- Objetivos personalizados: converse com a equipe para definir metas (ex.: caminhar sem tremor, dormir melhor).
7. Checklist: Está Pronto para a DBS?
- Já conversou com neurologista e neurocirurgião especialista?
- Passou por avaliação neuropsicológica recente?
- Tem resposta positiva e sustentada à levodopa?
- Possui bom estado cognitivo e geral?
- Conta com apoio familiar ou cuidador?
Conclusão
A DBS pode transformar a rotina de quem convive com Parkinson, reduzindo tremores e melhorando a mobilidade. Seguindo as etapas de preparo e avaliando criteriosamente cada requisito, você garante maior segurança e eficácia no tratamento.