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Caminhar com Parkinson: estratégias para equilíbrio, bloqueios e prevenção de quedas
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casal feliz representando que caminhar com Parkinson é seguro

A Doença de Parkinson pode afetar profundamente a forma como uma pessoa caminha. Tremores, rigidez e lentidão dos movimentos são sintomas que comprometem a marcha e aumentam o risco de quedas. Muitos pacientes relatam passos curtos, arrastados e até a sensação de que os pés “grudam” no chão, o famoso bloqueio da marcha (“freezing”).

Mas há boas notícias: com exercícios adequados e apoio de profissionais especializados, é possível caminhar com Parkinson de maneira mais segura, fluida e confiante. Neste post, trago informações importantes sobre boas práticas que ajudam a fazer com que a caminhada do parkinsoniano seja mais segura. Aproveite a leitura!

O que é o bloqueio da marcha (freenzing)?

O bloqueio é um dos desafios mais comuns e frustrantes para quem convive com Parkinson. Ele acontece quando, mesmo com a intenção de andar, os pés simplesmente travam e não se movem para frente. Pode durar apenas alguns segundos, mas causa grande desconforto e aumenta o risco de queda, especialmente em situações como:

  • Passar por portas estreitas
  • Fazer curvas rápidas
  • Mudar de direção de forma brusca
  • Estar sob estresse ou ansiedade

Durante o bloqueio, muitas pessoas movimentam rapidamente os joelhos ou tentam se equilibrar trocando o peso de um pé para o outro, sem sucesso.

Por que girar também é difícil?

Fazer curvas pode ser ainda mais difícil do que andar em linha reta. Girar exige uma sequência coordenada de movimentos do pescoço, tronco e pernas. Com a rigidez característica do Parkinson, essa coordenação fica prejudicada.

Muitas pessoas evitam virar o corpo ou fazem isso com extrema lentidão, o que contribui para quedas e insegurança ao caminhar.

Como o Parkinson afeta o equilíbrio?

O equilíbrio, que normalmente é automático, deixa de funcionar de forma reflexa em quem tem Parkinson. Isso acontece porque a doença afeta os gânglios da base, áreas do cérebro responsáveis pelo controle motor inconsciente.

Para compensar, o cérebro passa a usar áreas que demandam mais atenção e esforço cognitivo, como o córtex frontal. Resultado: caminhar e se equilibrar passa a exigir mais foco e energia mental. Quando o cérebro está sobrecarregado (como ao conversar e caminhar ao mesmo tempo), aumentam os riscos de bloqueio e queda.

Caminhar com Parkinson: estratégias que funcionam

A boa notícia é que existem técnicas e práticas que ajudam a recuperar o controle da marcha e reduzir os bloqueios. Veja algumas dicas práticas:

  • Use ritmos externos: caminhe no ritmo de uma música ou metrônomo para manter o passo constante.
  • Dê passos maiores: marche de forma deliberada, com movimentos amplos.
  • Imagine uma linha no chão: mentalize que está cruzando uma linha ou use um apontador laser.
  • Trabalhe com um fisioterapeuta: um profissional pode identificar qual tipo de estímulo — visual, auditivo ou tátil — funciona melhor para você.
  • Evite distrações ao caminhar: foque totalmente na tarefa de andar para reduzir o risco de bloqueios.

O papel da ansiedade nos bloqueios

A ansiedade é um sintoma comum no Parkinson e está diretamente ligada à frequência dos bloqueios. Muitas pessoas entram em um ciclo vicioso: têm medo de travar, o que gera ansiedade, que por sua vez aumenta a chance de o bloqueio acontecer.

Cuidar da saúde emocional com apoio psicológico ou medicação, quando necessário, pode ajudar muito a caminhar com mais fluidez.

senhor fazendo exercícios em aparelho da academia mostrando que o exercício físico ajuda no controle do Parkinson
O exercício físico ajuda no controle dos sintomas do Parkinson

Por que o exercício é essencial?

Nenhum medicamento se mostrou tão eficaz quanto o exercício físico na prevenção de quedas e na melhora do equilíbrio em pessoas com Parkinson. Movimentar-se com regularidade ajuda o cérebro a reorganizar circuitos motores, recuperando parcialmente os reflexos automáticos.

Modalidades que Podem Ajudar:

  • Tai Chi: melhora a consciência corporal e o controle do centro de gravidade.
  • Dança: estimula passos amplos, ritmo e mudanças de direção.
  • Treinos de agilidade: circuitos com diferentes tarefas ajudam na coordenação e atenção.
  • Boxe adaptado: movimentos rápidos com os braços contribuem para o equilíbrio e resistência.

Dica prática: O melhor exercício é aquele que você gosta e consegue manter. O ideal é praticar ao menos 2,5 horas por semana, com regularidade e progressão no desafio.

E se eu tiver dores ou outras condições?

Algumas pessoas com Parkinson também têm artrite, neuropatia ou outros problemas que limitam os movimentos. Nestes casos, um fisioterapeuta pode adaptar os exercícios conforme suas necessidades e limitações, garantindo segurança e eficácia no treino.

A cirurgia DBS ajuda na marcha?

A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma cirurgia indicada para pessoas com Parkinson que apresentam tremores intensos, rigidez e flutuações motoras que não são mais controladas apenas com medicamentos.

Embora a DBS ofereça excelente controle para muitos desses sintomas, é importante saber que ela nem sempre melhora o equilíbrio ou os bloqueios da marcha, especialmente em fases mais avançadas da doença.

Por isso, mesmo após a cirurgia, a prática de exercícios físicos e o acompanhamento com fisioterapeutas continuam sendo fundamentais para ajudar a caminhar com Parkinson com mais estabilidade. 

A DBS pode ser uma grande aliada, mas deve ser parte de um plano de tratamento completo, que também cuide da mobilidade, do emocional e da qualidade de vida do paciente.

Conclusão

Caminhar com Parkinson pode ser desafiador, mas não é impossível. Com o apoio certo, prática constante e atenção ao equilíbrio, é possível reduzir bloqueios, prevenir quedas e recuperar a confiança nos movimentos.

Exercícios bem orientados são a chave para essa transformação e o primeiro passo é buscar ajuda especializada. Encontre uma atividade que te motive, movimente-se com frequência e redescubra o prazer de andar com mais liberdade.

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