A Doença de Parkinson afeta milhões de pessoas no mundo todo, trazendo sintomas como tremores, rigidez muscular e lentidão nos movimentos. Quando os medicamentos deixam de ser suficientes para controlar esses sintomas, uma alternativa poderosa entra em cena: a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS, do inglês Deep Brain Stimulation).
Mas afinal, como funciona a cirurgia para Parkinson? Neste guia completo e de leitura acessível, você vai entender o passo a passo, os benefícios e os critérios para indicação. Leia este conteúdo até o fim e entenda mais sobre o assunto. Boa leitura!
O que é a estimulação cerebral profunda?
A Estimulação Cerebral Profunda é uma cirurgia neurológica minimamente invasiva que consiste na implantação de eletrodos em regiões específicas do cérebro. Esses eletrodos são conectados a um pequeno dispositivo, semelhante a um marcapasso, chamado de neuroestimulador, que envia impulsos elétricos controlados para ajudar a regular os sinais cerebrais que causam os sintomas do Parkinson.
Essa estimulação não destrói as células cerebrais e pode ser ajustada conforme a necessidade de cada paciente.

Quais sintomas a cirurgia pode ajudar a amenizar?
A cirurgia para Parkinson com DBS é indicada, principalmente, para pacientes que apresentam:
- Tremores intensos e persistentes
- Flutuações motoras (“liga/desliga” dos efeitos da medicação)
- Discinesias (movimentos involuntários) causadas por remédios
- Rigidez muscular intensa
- Baixa resposta à medicação com efeitos colaterais relevantes
Além disso, alguns sintomas não motores, como distúrbios do sono, dor crônica e urgência urinária, também podem melhorar após a cirurgia.
Cirurgia para Parkinson: etapas do procedimento
1. Planejamento Pré-Cirúrgico
O processo começa com exames de imagem detalhados (como ressonância magnética) e avaliações clínicas feitas por uma equipe multidisciplinar, incluindo neurologista, neurocirurgião e neuropsicólogo.
2. Implante dos Eletrodos
Durante a cirurgia, eletrodos finos são implantados em regiões específicas do cérebro, geralmente no núcleo subtalâmico ou no globo pálido interno. A escolha depende das características de cada paciente.
3. Conexão com o Neuroestimulador
A parte final, feita sob anestesia geral, consiste em implantar o neuroestimulador sob a pele, próximo à clavícula. Os eletrodos são conectados a esse aparelho por fios que passam sob a pele.
4. Programação Pós-Cirúrgica
Após a recuperação, o dispositivo é ativado e programado com níveis personalizados de estimulação. O paciente recebe um controle para ajustar funções básicas, como ligar/desligar o sistema.
Quais os riscos?
Embora seja considerada segura, a cirurgia apresenta riscos, como:
- Infecção (1 a 3% dos casos)
- Sangramento cerebral ou AVC
- Pequenas alterações na fala, cognição ou comportamento
- Complicações relacionadas à anestesia
Por isso, a escolha do profissional é essencial. Um neurocirurgião funcional especializado e com histórico confiável reduz significativamente esses riscos e melhora os resultados da cirurgia.
Como saber se sou um bom candidato à cirurgia?
Você pode ser um bom candidato à DBS se:
- Tem diagnóstico de Parkinson há pelo menos 5 anos
- Apresenta tremores e flutuações motoras que interferem na rotina
- Ainda responde bem à levodopa, mas os efeitos duram pouco
- Não tolera certos medicamentos por causa dos efeitos colaterais
- Tremor que não controla bem com os medicamentos
- Tem sintomas que comprometem a sua autonomia diária
Conclusão
Agora que você sabe como funciona a cirurgia para Parkinson, é possível entender por que ela representa um dos avanços mais significativos no tratamento da doença desde o surgimento da levodopa. Embora não seja uma cura, a Estimulação Cerebral Profunda pode devolver autonomia, melhorar a mobilidade e permitir uma vida mais ativa e com menos limitações.
Se você ou alguém próximo está enfrentando sintomas que já não respondem bem aos medicamentos, converse com seu neurologista e peça avaliação com um neurocirurgião