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Parkinson e Parkinsonismo: Diferenças, Diagnóstico e Tratamentos
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Primeiro plano das mãos de uma paciente idosa com sintomas da doença de Parkinson ou Parkinsonismo.

Quando falamos em tremores, rigidez muscular e lentidão nos movimentos, é comum pensar imediatamente na Doença de Parkinson. Mas esses sintomas podem aparecer em diferentes condições neurológicas. O termo Parkinsonismo é usado justamente para englobar doenças que apresentam sintomas semelhantes ao Parkinson, mas que não são a mesma coisa.

Entender a diferença entre Parkinson e Parkinsonismo é essencial para o diagnóstico correto e para escolher o tratamento mais adequado.

O que é a Doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurológica crônica e progressiva, caracterizada pela perda de neurônios produtores de dopamina, um neurotransmissor fundamental para o controle dos movimentos.

Sintomas motores mais comuns

  • Tremor de repouso: geralmente começa em uma das mãos.
  • Rigidez muscular: sensação de músculos duros ou travados.
  • Bradicinesia: lentidão dos movimentos, dificuldade para iniciar tarefas simples.
  • Alterações de marcha e postura: passos curtos, arrastados e risco de quedas.

Sintomas não motores

Além dos sintomas motores, muitos pacientes desenvolvem sintomas que afetam outras áreas:

  • Depressão, ansiedade e apatia
  • Alterações do sono (insônia, sonhos agitados, sonolência diurna)
  • Constipação
  • Perda de olfato precoce
  • Alterações cognitivas e de memória

Curiosidade: Em muitos casos, os sintomas não motores aparecem anos antes dos tremores.

O que é Parkinsonismo?

O termo Parkinsonismo não é uma doença em si, mas um conjunto de sinais e sintomas semelhantes ao Parkinson.

Ou seja: toda Doença de Parkinson é um Parkinsonismo, mas nem todo Parkinsonismo é Doença de Parkinson.

Entre as causas, estão:

  • Efeitos de medicamentos
  • Intoxicações
  • Doenças vasculares
  • Doenças neurodegenerativas diferentes do Parkinson clássico (as chamadas síndromes Parkinson-plus)

Tipos de Parkinsonismo

Parkinsonismo Primário

É a própria Doença de Parkinson clássica, responsável por cerca de 80% dos casos de Parkinsonismo.

Parkinsonismo Secundário

O Parkinsonismo secundário ocorre quando os sintomas semelhantes ao Parkinson têm uma causa identificável, diferente da degeneração dopaminérgica típica.

Principais causas:

  • Medicamentos: antipsicóticos (haloperidol, risperidona), antivertiginosos, entre outros.
  • Doença vascular cerebral: pequenos AVCs que afetam áreas ligadas ao movimento.
  • Traumatismos repetitivos: comum em atletas com histórico de pancadas na cabeça.
  • Exposição a toxinas: como monóxido de carbono ou manganês.
  • Infecções do sistema nervoso central.

Nesse caso, o tratamento envolve tratar a causa. Suspender o medicamento desencadeante ou tratar a doença de base pode melhorar os sintomas.

Síndromes Parkinson-plus

São doenças neurodegenerativas que se parecem com Parkinson, mas têm outras características que as diferenciam:

Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS)

  • Além dos sintomas motores, causa disfunção autonômica precoce (pressão baixa, problemas urinários, disfunções sexuais).
  • Responde pouco à levodopa.

Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP)

  • Quedas frequentes logo no início da doença.
  • Dificuldade para mover os olhos, especialmente para cima e para baixo.
  • Alterações na fala e deglutição.

Degeneração Corticobasal (DCB)

  • Rigidez e lentidão que afetam mais um lado do corpo.
  • Movimentos involuntários e sensação de que “o braço não obedece”.

Demência com Corpos de Lewy

  • Combina sintomas motores do Parkinson com declínio cognitivo precoce.
  • Alucinações visuais são muito comuns.

Diferença importante: Essas doenças costumam evoluir mais rapidamente e responder mal ou não responder à levodopa.

Diferenças principais entre Parkinson e Parkinsonismo

AspectoDoença de ParkinsonParkinsonismo (secundário e plus)
CausasDegeneração de neurônios produtores de dopaminaMedicamentos, AVC, traumas, toxinas ou outras doenças neurodegenerativas
Início dos sintomasGeralmente unilateral (começa de um lado do corpo)Muitas vezes bilateral e simétrico
Resposta à levodopaBoa, principalmente no inícioPouca ou nenhuma resposta
EvoluçãoProgressiva, mas lenta e controlável com tratamentoEvolução mais rápida e refratária ao tratamento
Sinais de alertaTremor de repouso, rigidez, lentidãoQuedas precoces, alterações visuais, sintomas cognitivos rápidos, problemas autonômicos iniciais

Como é feito o diagnóstico?

Enfermeira auxilia uma paciente, em um contexto de cuidados de saúde relacionado a parkinson e parkinsonismo
O Parkinson e Parkinsonismo se distinguem pelo fato de o Parkinsonismo ser um termo que engloba diversas condições com sintomas semelhantes (tremores, rigidez e lentidão) à Doença de Parkinson, mas que não são a mesma doença.

Etapas do diagnóstico:

  1. História clínica detalhada: evolução dos sintomas, histórico de medicamentos e doenças prévias.
  2. Exame físico neurológico: avaliação da marcha, equilíbrio, rigidez, tremor e reflexos.
  3. Teste da levodopa: resposta positiva à medicação é forte indício de Doença de Parkinson.
  4. Exames de imagem: ressonância magnética ou PET scan podem ser usados em casos duvidosos, principalmente para descartar outras doenças.

Tratamento do Parkinson e dos Parkinsonismos

Doença de Parkinson

  • Medicamentos dopaminérgicos: levodopa continua sendo o padrão ouro; pramipexol, rotigotina e safinamida podem ser associados.
  • Terapias avançadas:
  • Não medicamentosos: fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição adequada, exercício físico adaptado e acompanhamento psicológico.

Parkinsonismo secundário

  • Suspender medicamento causador ou tratar a doença de base.
  • Em alguns casos, os sintomas desaparecem após a correção da causa.

Síndromes Parkinson-plus

  • Pouca resposta à levodopa.
  • Tratamento foca em controle de sintomas e reabilitação multidisciplinar.
  • Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional são fundamentais.

Convivendo com o Parkinson e o Parkinsonismo

O tratamento não se limita aos remédios. Um cuidado global inclui:

  • Atividade física regular: melhora mobilidade, humor e qualidade de vida.
  • Alimentação equilibrada: rica em fibras e água para reduzir constipação.
  • Terapias de reabilitação: fonoaudiologia para voz e deglutição; fisioterapia para equilíbrio.
  • Apoio psicológico: fundamental para paciente e familiares.
  • Suporte social e familiar: o envolvimento da família é chave no tratamento.

Conclusão: a importância do diagnóstico precoce

O Parkinsonismo não é sinônimo de Parkinson. Ele é um termo guarda-chuva que inclui a Doença de Parkinson e outras condições diferentes.

Fazer o diagnóstico correto é fundamental, porque cada tipo tem evolução, resposta ao tratamento e prognóstico diferentes.

Se você ou alguém próximo apresenta tremores, rigidez ou lentidão, procure um neurologista especializado em distúrbios do movimento. Com acompanhamento adequado, é possível controlar os sintomas e garantir mais qualidade de vida.

REFERÊNCIA:

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9163948/pdf/jcn-18-259.pdf

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